domingo, 15 de maio de 2011

Células tronco do cordão umbilical - Parte II

Conforme combinado, segue a segunda parte das pertuntas respondidas pelo INCA.

O sangue do cordão umbilical é utilizado para que tipo de tratamento?
O sangue do cordão é uma das fontes de células-tronco para o transplante de medula óssea e este é o único uso deste material atualmente. O transplante é indicado para pacientes com leucemias, linfomas, anemias graves, anemias congênitas, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, além de outras doenças do sistema sanguíneo e imune (cerca de 70 indicações).
As células-tronco podem ser utilizadas em tratamento de outras doenças?
Sim, mas a fonte utilizada atualmente para indicações diferentes do transplante de medula óssea, como a medicina regenerativa de determinados órgãos, são as células-tronco da medula óssea do próprio indivíduo.
O tecido do próprio cordão também possui células-tronco?
Esta é mais uma especulação desta área. Há conhecimento de que existem células-tronco em vários tecidos do organismo há pelo menos 10 anos. Sua obtenção, entretanto, é difícil, cara e ainda sem utilidade prática. No campo da ciência é prudente aguardar que os resultados deixem o campo da experimentação e sejam aplicados na prática médica. Não existem ainda logística, recursos e indicação para que as células do próprio cordão sejam utilizadas em curto e médio prazo. Trata-se de antecipação de estudos ainda sem resultados práticos, o que em geral causa muita ansiedade e expectativa nos que aguardam perspectivas de cura para doenças graves.
Quanto tempo depois da doação, então, a unidade fica disponível para transplante?
Somente de 3 a 6 meses depois do parto as unidades são liberadas para uso. Durante este tempo, são realizados testes no sangue do cordão para excluir doenças infecciosas e genéticas. Este é um procedimento de segurança, para evitar as janelas imunológicas das doenças infecciosas. Como hoje existem testes mais precisos, principalmente para HIV e hepatite, será proposta à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a alteração desta norma, para que as unidades com estes testes negativos sejam liberadas mais rapidamente, sem obrigatoriedade dos testes de seguimento da mãe. Desta forma, haverá um crescimento mais rápido e eficiente do número de unidades disponíveis para uso, nos moldes do que acontece na maioria dos países que possuem Bancos de Sangue de Cordão públicos. O aproveitamento final, depois de exclusão por critérios de segurança e qualidade (contagem mínima das células e volume), é de cerca de 40% das unidades coletadas.
Como os pacientes receberão estas células?
O processo de transplante é semelhante ao utilizado com doador de medula óssea, ou seja, após um regime de preparação com quimioterapia e/ou radioterapia, o paciente recebe as células-tronco em um procedimento semelhante a uma transfusão.
Os pacientes com indicações para transplante não-aparentado deverão ser cadastrados pelo Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (REREME). O médico insere no sistema características da doença, dados cadastrais do paciente e o resultado do teste de HLA, um teste genético. Depois, é feito um cruzamento de informações entre o REREME e o Registro de Doadores de Medula Óssea (REDOME), que inclui os dados das unidades armazenadas em bancos da Rede BrasilCord e dos doadores voluntários, a fim de identificar um doador ou unidade de cordão compatível.
Referência:
INCA – Instituto Nacional do Câncer , disponível em http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=2469, 09/05/11 às 20:05.

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