terça-feira, 5 de abril de 2011

Enfermagem e a morte

Ontem durante o estágio recebemos a notícia do enfermeiro do setor que uma das crianças que tinhamos cuidado morreu, percebi nos rostos da minhas alunas uma tristeza, surpresa e acredito que talvez tenha surgido um sentimento que elas mesmas não souberam explicar. Isso me motivou a escrever um pouco sobre essa relação da enfermagem e a morte. 
A enfermagem, assim como a medicina é uma profissão que está em contato tanto com a vida como a morte. Aprender a lidar com essa situação tão corriqueira não é tarefa fácil, os profissionais de saúde buscam de diversas formas processar a informação que "perdeu" a luta pela vida.
A dificuldade, muitas vezes está porque falar de morte nos remete à nossa angústia maior que é pensar a própria morte, a única certeza, o resto são possibilidades.
Outra questão a ser levantada é que nos cursos de graduação, em sua grande maioria, todo o trabalho é na cura, logo não somos preparados para lidar com a perda, nos vemos impotentes.
Tudo isso é exarcebado quando falamos de morte na infância, temos na criança um ser cheio de potencialidades, de expectativas e todo um futuro pela frente, como se costuma falar. Parece que nos entristecemos mais, temos mais compaixão pelos familiares e muitas vezes até preferimos não estar naquele plantão para não presenciar o sofrimento alheio e nosso também.
Como trabalhar estes sentimentos é tarefa importante e necessária para nós enfermeiros que vivemos os nossos e os sentimentos daqueles que cuidamos.

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